Estar na companhia das plantas é transformação. A luz quentinha que entra pela janela ganha novos olhares, cada planta carrega memórias afetivas, os brotos nascem cheios de significados, as despedidas se tornam parte do ciclo.
Algumas histórias de quem vive essas experiências diárias estão no nosso instagram. A da Day Fernandes, do perfil @casa_dos_fundos, é nossa matéria da semana.
CUIDAR DO OUTRO, CUIDAR DE SI
Na casa da avó ou em Itaúna. Os primeiros contatos com o verde vivem nas memórias da Day, que não entendia muito bem o tempo doado pelo pai no dia a dia com as plantas quando a família ia para o sítio.
Aqueles momentos eram dedicados a plantar, tirar ervas daninhas, fazer mudas, o que não se parecia com a ideia de descanso que ela tinha para o empresário da área de cosméticos naturais.
Anos depois, a Day reformou um depósito no terreno onde seus familiares moravam. Nascia ali a casa dos fundos, que logo recebeu as primeiras companheiras compradas no garden e as mudinhas do pai.
A convivência com a natureza começou a trazer novos olhares. Aos poucos, mostrou a dedicação que pede pouco em troca, a generosidade que muda todas as relações. Afinal, cuidar do outro é cuidar de si.
RESGATE DA SIMPLICIDADE
A mudança para a casa dos fundos veio acompanhada da possibilidade de ter o próprio espaço e muitos objetos que, por bastante tempo, não paravam de chegar para preencher aquela nova fase.
Mais tarde, com a vinda das plantas, os brotos inesperados e as folhas estampadas mostraram a beleza do simples.
Os objetos já não tinham o mesmo brilho. No lugar do silêncio deles, veio a relação de troca com a natureza em um dia a dia mais leve, que precisa de pouco para acolher com bem-estar.
ACEITAÇÃO
Muitas suculentas passaram pela casa dos fundos. As fotos na internet traziam referências variadas, mas não demorava para as folhas amarelarem e mais uma moradora se despedir.
Com o tempo, a Day descobriu que definir um lugar para as plantas ia além das inspirações na decoração. Mais luz, menos luz, cada espécie era cheia de vida e dependia de condições diferentes.
Aos poucos a convivência ensinou a diretora de arte a receber com outros olhares tudo aquilo que fugia do seu controle.