Aprender a preparar bem o vaso para o plantio é uma etapa muito importante para você ter autonomia ao compor o seu jardim. O processo é bem simples e ajuda as espécies a se desenvolverem em todo o seu potencial.
1. O VASO
Algumas espécies têm raízes mais superficiais e, portanto, não precisam que o vaso tenha tanta profundidade. Outras necessitam de vasos mais altos para se desenvolver. Procure saber as características da espécie que pretende plantar para escolher o vaso, e tenha em mente que as plantas costumam vir em vasos plásticos pequenos. Por isso, evite diminuir o espaço. Quanto maior o vaso, mais espaço terá para desenvolver suas raízes.
2. A DRENAGEM
Certifique-se de que o vaso tenha furos no fundo (se não tiver, deve ser um cachepô*. Não recomendamos o plantio direto neste acessório, à exceção de cactos e suculentas). Cubra o furo com um pequeno pedaço de manta de bidim, um material também conhecido como manta de drenagem – ou você pode usar um pedaço de feltro ou de outro tecido que não se decomponha com facilidade.
*O cachepô serve para esconder o vaso plástico e coletar o excesso de água.
Então coloque uma pequena camada de argila expandida ou pedra. Depois, cubra essa camada com um pedaço de manta de bidim. Esta etapa evita que a terra penetre por entre as pedras ou bolinhas de argila.
E está pronto o sistema de drenagem, que vai escoar o excesso de água da terra e evitar que as raízes apodreçam.
3. O SUBSTRATO
A composição do substrato depende das necessidades de cada espécie. Para a maioria das plantas ornamentais, as informações abaixo funcionam.
(Atenção, amantes de bromélias e orquídeas, o caso de vocês é bem mais específico. Falaremos sobre isso em outro post)
Misture areia e terra: a proporção depende da espécie a ser cultivada. Para cactos e suculentas, por exemplo, pode-se usar meio a meio; para as demais, vale pensar na proporção de 30% de areia e 70% de terra. Além de dar uma mãozinha para o escoamento da água, a areia evita que algumas doenças atinjam as raízes das plantas.
Recomendamos o uso de terra já adubada. Ou aproveite para misturar adubos ao substrato, como húmus de minhoca ou esterco de aves, disponíveis em lojas de plantas. Se preferir, você também pode adicionar um pouco de adubo químico ou orgânico, sempre observando as instruções da embalagem. A adubação é importante para garantir nutrientes às plantas acomodadas em vasos, que não têm como espalhar suas raízes pelo solo em busca deles – como acontece na natureza.
4. A PLANTA
Para retirar a planta do pote original, comece soltando pelas laterais (é como tirar um bolo da assadeira). Tome cuidado para preservar o emaranhado de raízes, conhecido como torrão. Puxe a planta pela base, o mais próximo possível da terra.
Calcule a camada de substrato a partir do tamanho do torrão: é importante deixar a parte superior dele cerca de 1 cm abaixo da borda do vaso. Coloque a planta no vaso e complete com substrato. Ela deve ficar bem firme, mas não precisa apertar muito, para não correr o risco de compactar o solo.
5. A FINALIZAÇÃO
Assim que finalizar, regue a planta (antes, procure saber quanta água a espécie costuma precisar). Isso ajuda a terra a acomodar no vaso e as raízes a não ressecarem. Colocar uma cobertura seca, que pode ser feita de pedrinhas ou argila, é opcional.
Esse acabamento ajuda a reter umidade e a evitar a compactação do solo pela rega. Mas também pode dificultar o acesso ao substrato para certos tipos de adubação e o contato cotidiano de checar a umidade da terra ao colocar o dedo dentro do vaso. A escolha é sua.
Algumas espécies sentem mais essa transição do que outras. Por isso, podem perder algumas folhas logo após o plantio. Não se desespere: com cuidado e amor novas irão surgir!
Pronto! Agora vem a melhor parte: sujar as mãos de terra!