Você já viu o colorido dessa família, a maior entre as plantas. O grupo das Orchidaceae reúne cerca de 25 mil espécies de orquídeas. Do uso ornamental ao culinário, como o aroma docinho dos frutos produzidos pela orquídea baunilha, elas estão espalhadas aos quatro cantos.
Boa parte é fruto dos cruzamentos feitos pelos produtores, mas a natureza também deixa sua marca com os híbridos, gerando exemplares raros que são disputados pelos apaixonados pelo verde.
Embora muitas delas vivam na terra ou sobre as rochas, é comum ver por aí as epífitas, que crescem agarradas aos troncos, usando essas superfícies como apoio para garantir sua proteção e ganhar alguns centímetros de altura. Assim, quanto mais afastadas do solo, mais longe dos predadores e perto da luz. Tudo sem retirar nutrientes da planta parceira.
Com sua capacidade de reprodução, as orquídeas ganharam espaço ao longo da evolução. Graças à estratégia da natureza para a continuidade das próximas gerações: as flores exuberantes. Muitas possuem pequenas manchas no centro. Chamadas de “guia de néctar”, essas marcações indicam para os polinizadores a presença de alimento, convidando insetos e passarinhos para um banquete que ajuda a espalhar o pólen.
Não são só as flores as responsáveis pelo sucesso dessas plantas. Para evitarem a desidratação, algumas espécies desenvolveram o velame, um tecido especializado, que envolve as raízes e é responsável por captar água e umidade. Olhe de perto e você vai ver naquelas que vivem agarradas às árvores uma camada esbranquiçada, de aparência esponjosa, onde também pode viver o micorriza, fungo responsável por decompor a matéria orgânica do ambiente, oferecendo sais minerais para essas companheiras.
O velame guarda nas pontas as células fundamentais para as orquídeas crescerem cheias de vida, o meristema. Por isso, é importante ficar sempre de olho nesta área. Afinal, o excesso de água é facilmente armazenado e pode levar ao apodrecimento da região. Esta estrutura ainda dá pistas sobre o colorido que vem por aí: pontas verdinhas podem indicar flores brancas e de tons claros; já as avermelhadas costumam ser sinal das mais escuras.
Para ser presenteado com as flores delicadas, é importante entender mais sobre a sua moradora. Algumas espécies, como as Dendrobrium, florescem após um período de estiagem no outono e no inverno. As Phalaenopsis dependem de fatores como o clima ideal, enquanto outras precisam de adubação.
Rega: 1x por semana. Dê um banhão em toda a planta. Aproveite para fazer do substrato um aliado e consulte o favorito da sua espécie. Você pode usar as misturas próprias para plantar orquídeas, geralmente compostas por casca de pinus, fibra de coco e carvão vegetal. Confira nosso guia especial sobre rega.
Iluminação: meia-sombra. Aquele cantinho iluminado perto da janela costuma ser o ideal para as orquídeas se desenvolverem. Algumas também suportam o sol pleno. Consulte mais informações sobre a sua espécie para oferecer as condições ideais. Confira nosso guia especial sobre iluminação.
Problemas comuns:
Observe as pistas valiosas que a sua planta te dá: folhagem e velames enrugados indicam que está faltando água por aí; folhas amareladas perto da base podem ser sinal de que você pesou a mão na rega; velames escuros e amarronzados contam sobre o apodrecimento das raízes.
Lembre-se de sempre manter uma boa ventilação para que os velames não fiquem encharcados por longos períodos. Ofereça o suporte de um tronco ou deixe as raízes se encaixarem sobre os substratos para orquídeas, sem enterrá-las.
Em geral, essas plantas gostam de iluminação indireta. A cor das folhas também pode dar pistas importantes: tons de verde mais escuros demonstram que a quantidade de luz está sendo insuficiente; tons amarelados contam sobre o excesso.
Para ver o colorido das flores apontar, procure entender as necessidades sua companheira. As de meia-sombra podem precisar de algumas horas diárias de sol direto no início da manhã ou no fim da tarde, sempre antes das 9h ou depois das 16h. Além disso, dê a ela o carinho da adubação.
Quando as flores apontam, é sinal de que a planta está no período de reprodução, buscando aproveitar todo o potencial para a continuidade das espécies. Por isso, durante essa fase em que a sua moradora precisa de mais energia, evite fazer grandes mudanças por aí. Trocá-la de vaso ou de lugar, por exemplo, faz com que ela tenha que se adaptar a uma nova condição em um momento delicado e até pare de florir.
Como usar: exuberantes sobre os troncos de árvores, pedaços de madeira, em cachepôs ou vasos perfurados.
Dica da Selvvva: As regas variam de acordo com o ambiente, disponibilidade de luz, umidade do espaço, temperatura, recipiente onde a planta está acondicionada e espécie. As indicações acima são orientações para um primeiro contato com a sua planta, mas não uma fórmula definitiva. Preste atenção às respostas da sua espécie; assim você poderá dosar a água de acordo com as condições da sua planta. É importante não exagerar no volume de água!